Dicas para montar sua cozinha

Nesse inicio de ano estamos trabalhando no projeto do meu novo apartamento. Como amante da gastronomia resolvi começar pela cozinha e aproveitei para deixar aqui algumas dicas que podem ser úteis. São nove questionamentos extraídos de uma publicação da editora abril, qualquer outra dúvida faça um comentário ou entre em contato com a OBRAMESTRA Arquitetura | Design.

1. O que devo levar em consideração na hora de escolher a coifa?



Antes de mais nada, é preciso considerar o tamanho do fogão. A coifa deve cobrir toda a superfície do fogão, para fogões e cooktops de 4 bocas use coifas com 60 cm ou 70 cm, para fogões e cooktops de 5 ou 6 bocas o ideal é uma coifa 90 cm. Existem algumas opções de depurador com 80 cm que são indicadas para o uso em fogões de 5 bocas. Outro fator a ser levado em consideração é a posição da coifa se será um modelo de parede ou ilha. Geralmente os modelos para ilha são mais caros. Se você realmente faz uso de sua cozinha e ela não se trata de um mero ambiente de composição da sua casa, vale a pena investir em uma coifa mais potente. Nesse caso, a potência tem a ver com a vazão, ou a capacidade de expelir os gases. Os níveis de vazão vão de 600 m³/h a 1 900 m³/h. As coifas sobre ilhas geralmente precisam ser mais potentes, pois ficam mais sujeitas à passagem de correntes de ar. A altura ideal de instalação das coifas, para se obter o melhor desempenho, é entre 75 e 85 cm acima do fogão.

2. Qual a altura certa da bancada da pia, dos armários superiores, do nicho para o micro-ondas e do forno embutido? Deve-se levarem conta o tamanho dos usuários?

A altura ideal varia entre 85 e 93 cm. É uma altura confortável independente da altura da pessoa. Para casa ou apartamento de solteiro pode-se levar em consideração a altura do usuário, mas isso seria uma exceção. A base dos armários superiores pode ficar de 1,40 a 1,70 m do piso. Se instalados sobre a pia, o vão pode começar em 45 cm e chegar a 70 cm. Lembre também que o armário superior é menos profundo, com 35 cm, para evitar que o usuário bata a cabeça. Os armários de baixo têm 60 de profundidade, em média, afirma Fabiano. As alturas para os fornos elétrico e de micro-ondas variam, mas, em média, o eixo do elétrico fica a 97 cm do piso, enquanto o centro do micro-ondas é posicionado de 1,30 a 1,50 m.


3. Como escolher entre granito, Corian, Silestone e aço inox para a bancada da cozinha? Quais as vantagens e desvantagens de cada material?

Não existe o melhor material, todos são materiais de qualidade e sua escolha é influenciada principalmente pelo preço, nesse quesito o granito leva vantagem. De fato, o granito, pedra abundante no Brasil, tem preços mais em conta, a partir de 285 Reais o m². Já Corian e Silestone, importados, custam cerca de 1,5 mil reais o m². O aço inox vale mil reais o metro linear, em média. Algo que deve ser observado com muita atenção é a porosidade do material. Afinal, no tampo se apóiam vários tipos de substâncias e alimentos e um material mais poroso pode absorver comida e bebida, dificultando sua limpeza. Nesse caso, o granito sai perdendo: ele tem de 0,1 a 0,3% de porosidade, enquanto Silestone vai de 0,01 a 0,02%. O aço inox e o Corian têm porosidade nula.

O Silestone, uma pedra sintética (93% de sua composição é quartzo), só não deve ficar em contato com calor acima de 250 ºC. Deve-se evitar seu uso em áreas com exposição direta ao sol, pois isso pode causar descolorimento da resina. 
O Corian pede cuidados especiais com panelas quentes, pois o contato provoca dilatação do material o que pode ocasionar fissuras. Sujeitos a riscos, o Corian pode ser renovado pelo próprio usuário com uma bucha abrasiva. O aço inox, por sua vez, deve ficar longe de qualquer produto abrasivo. Sua maior desvantagem são riscos (arranhões).







4. Como deve ser a iluminação da cozinha?
Nas áreas de trabalho - pia, fogão e ilha-, a iluminação deve ser pontual, com spots de luz direcionados. O restante do ambiente pode ter uma luz mais geral. Os spots de luz para iluminação pontual devem ficar exatamente sobre a bancada de trabalho, pois se estiverem atrás do usuário projetarão sombra. Em mesas de refeições use um ponto de luz sobre ela na forma de pendente, plafond ou lâmpadas embutidas no forro. Para que a iluminação geral seja acolhedora, aposta na combinação de lâmpadas fluorescentes em alguns pontos e de incandescentes em outros. Para o melhor conforto dê preferência a luminárias onde não é possível ver a lâmpada, isso evita ofuscamento.



5. Qual deve ser o tamanho da cozinha para comportar uma ilha? E qual deve ser a medida mínima da ilha?

Não há um tamanho ideal para uma cozinha com ilha desde que a área permita que a circulação em torno dela tenha pelo menos 70 cm. Caso existam armários instalados em volta da ilha, a circulação confortável é de 1,10 m, assim existe espaço suficiente para abertura das portas. O tamanho da ilha também não segue um padrão, mas só é justificável sua utilização se ao lado do fogão você tiver uma área de bancada livre com 50 cm para cada lado.

6. Qual o material e a cor ideais do piso da cozinha? Como limpá-lo?
Essa resposta é simples: Não existe piso ideal para cozinha. Existe alguns que não são indicados por ser uma área molhada, como a madeira por exemplo. No restante vai ficar a gosto do cliente e logicamente do tamanho do orçamento. Seja qual for a escolha, prefira um material fácil de limpar, que peça apenas pano úmido e um produto de limpeza. Se sua cozinha não tiver ralo, não será possível lavar e então seu leque de opções aumenta. De qualquer modo, dê preferência a cerâmica ou porcelanato, principalmente se você faz muita fritura. As cores seguem as mesmas regras dos outros ambientes, se seu ambiente é pequeno opte por cores claras e peças cerâmicas de pequenas medidas. Peças grandes dão a impressão de que o ambiente fica menor ainda.

7. Armários feitos por marceneiros ou comprados em lojas especializadas. Qual a melhor escolha?

Essa escolha depende muito do cliente, que de fatores externos. As lojas especializadas oferecem produtos com alta tecnologia, planos de pagamento facilitados e com isso levam grande vantagem. No entanto suas modulações de fábrica limitam o projeto. Para os marceneiros essa é a grande vantagem: flexibilidade. Tudo é possível, móveis curvos, com medidas fracionadas. Mas tenha cuidado. Procure um profissional de confiança, indicado por seu arquiteto, para evitar dores de cabeça futuras.

8. Tenho visto nas revistas que já não se usam mais azulejos em todas as paredes da cozinha, mas apenas na área da pia. Qual a tinta indicada para as demais paredes?

Se você usa a cozinha com muita frequência não dá para abrir mão dos revestimentos cerâmicos, azulejos, pastilhas. Esses materiais facilitarão o trabalho de limpeza e tem maior resistência ao vapor e gordura. Em caso de menos uso, utilize tinta epóxi, que, por ser lavável, tem uma limpeza mais fácil. Uma coisa é certa, próximo a pia e ao fogão o uso de revestimentos cerâmicos é imprescindível.

9. Qual a vantagem de ter cooktop e forno elétrico, em vez de um fogão convencional? Qual a posição ideal desses eletrodomésticos?

Por serem separados, o cooktop e o forno podem ser instalados onde for mais prático para o usuário. O espaço sob o cooktop fica vago para armários, enquanto o fogão convencional não permite isso. O forno pode ser instalado sob o cooktop, mas o ideal é instalá-lo a uma altura em que o usuário não precise se abaixar para manuseá-lo . É importante ressaltar que tanto cooktop como o forno necessitam de uma bancada de apoio próxima. No quesito tecnologia os cooktops e os fornos elétricos possuem funções pré-programadas que facilitam a vida. Além de cozinhar com mais eficiência, pois têm mais posições de temperatura, em relação ao consumo de energia, um estudo realizado pela Whirlpool (grupo que detém as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid) mostrou que, comparando o cooktop a gás, com o cooktop elétrico e com o fogão convencional, o custo em reais da fervura de 2 litros de água foi igual para todos.

Paisagismo pode Valorizar o Imóvel em até 16%.


A expressão 'a grama do vizinho é sempre mais verde', significa que a beleza desperta a cobiça - e que sempre comparamos a nossa vida com a do outro. 

O melhor mesmo é cuidar da 'grama da nossa casa'. Tanto no sentido figurado como no literal. No mercado imobiliário, esse raciocínio pode ser traduzido em bons negócios.

O paisagismo pode transformar e encantar qualquer ambiente e, o melhor, pode representar mais dinheiro no bolso na hora da venda do imóvel! 


Uma pesquisa de 2011, realizada pela Husqvarna (empresa sueca de equipamentos de jardinagem) comprovou que áreas verdes bem cuidadas podem valorizar, em média, 16% o imóvel. Foram entrevistadas cinco mil proprietários de imóveis em nove países, além de 44 corretores imobiliários. 

Tais profissionais estimaram um aumento de quase 10% para as residências que possuíam um jardim bem cuidado contra uma desvalorização de até 15% do bem com áreas verdes negligenciadas. "Além do retorno do investimento, você ganha um espaço de lazer bonito para aproveitar com a família e com os amigos", diz Graziela Lourensoni, gerente de Produtos para América Latina da Husqvarna.

As próprias construtoras investem no 'verde', como explica a Arquiteta e paisagista Fernanda Maróstica. A vegetação tem presença obrigatória, mesmo que em elementos muito básicos, como a grama. "O paisagismo emoldura o imóvel, equilibra a edificação e serve para valorizar os pontos fortes do projeto, por isso o investidor tem essa preocupação", afirma.

As áreas verdes representam a finalização da etapa de construção, juntamente com outros projetos complementares como hidráulica e iluminação. A lógica é a mesma para qualquer tamanho de jardim, inclusive em sacada, varanda, na área interna ou vertical. É como se ao concluir a edificação ela finalmente ganhasse o último acabamento.

Diferencial:

Fernanda destaca que os projetos de paisagismo diferem conforme o gosto de quem os solicita. Existem aqueles feitos em série, pelas construtoras, que são pensados como produto e precisam agradar a todos - são os projetos que aparece em loteamentos novos e os que circundam condomínios verticais. Já as áreas verdes projetadas com exclusividade têm outro foco.

"O arquiteto estuda o perfil do morador, se tem crianças e animais. Mesmo em edificações idênticas, cada projeto tem a identidade do proprietário e atende o gosto e à necessidade da família", afirma. A escolha das plantas, a inserção de pérgolas, decks de madeira, pedras, espelhos d’água e a iluminação conferem a exclusividade desejada. A forma e os componentes dependem do potencial de investimento. 

Para conseguir uma textura natural para a parede pode-se usar o jardim vertical, mas, conforme o projeto, ele dependerá de impermeabilização e da instalação de sistemas de irrigação; se os recursos são limitados, uma treliça com vasos bem distribuídos é uma opção charmosa.

Projetos integrados reduzem custos

Sugestão do projetista de elétrica na arquitetura levou a redução significativa no consumo de materiais elétricos e consequente barateamento de custos
Por Pâmela Reis


Uma das formas de reduzir os custos da obra por meio do projeto é aumentar a integração dos diversos projetistas durante a fase de concepção do empreendimento, permitindo que os profissionais de outras disciplinas colaborem com as decisões da arquitetura. Foi o que aconteceu num edifício comercial de São Paulo, composto por 25 pavimentos com 12 escritórios cada e área construída de aproximadamente 30 mil m².
No projeto original - representado pelo desenho A - a área técnica do pavimento-tipo, onde passariam as prumadas elétricas, ficava do lado direito da planta, enquanto a cabine de barramento, onde se originam os circuitos de alimentação elétrica, ficava na extremidade esquerda. A equipe da Tesis, empresa de engenharia de sistemas prediais, sugeriu então que os arquitetos espelhassem o pavimento-tipo para aproximar a cabine de barramento da prumada, segundo relata Humberto Farina, sócio-gestor da empresa.
A mudança está ilustrada no desenho B e diminuiu em cerca de 30 m o percurso do barramento blindado no térreo, que seria necessário inicialmente para ligar a cabine às prumadas. "Houve economia de 10% a 15% no custo total de material elétrico, já que os componentes que ficam mais próximos à entrada de energia têm o maior custo específico do sistema", explica Farina.
Humberto Farina comenta que falta aos projetistas mais proatividade para ­sugerir determinadas soluções à arquitetura. "Situações como essa são muito frequentes e apontam para a necessidade da maior participação da engenharia de sistemas prediais nas fases de concepção do empreendimento, antes dos processos ­legais e do lançamento dos produtos acontecerem", conclui.

Alteração na posição da prumada exigiu leves mudanças no projeto de arquitetura, mas aproximou shaft da cabine de barramento e propiciou economia entre 10% e 15% no custo total do material elétrico



Matéria publicada na Revista Construção e Mercado.